Quem começa a se aventurar pelo mundo da cerveja artesanal mais cedo ou mais tarde esbarra nesses três nomes: Dubbel, Tripel e Quadrupel. E bate a dúvida: qual é mais forte? Qual é mais doce? Qual a diferença real entre elas? Se você já se perguntou isso, chegou no lugar certo.
Esses três estilos são joias da tradição belga, nascidas dentro de mosteiros trapistas — e cada um tem sua personalidade, intensidade e história. E aqui a gente vai te mostrar, com clareza e sem complicação, o que muda de um pro outro.
Um pouco de história: o que é uma cerveja trapista?
Antes de comparar os estilos, vale entender de onde eles vêm.
Cerveja trapista é aquela produzida por monges da Ordem Trapista, uma ramificação da Ordem Cisterciense. Esses monges vivem em mosteiros e seguem uma rotina de oração, trabalho manual e silêncio. Produzir cerveja é, pra eles, uma forma de sustento e caridade.
Hoje, existem pouquíssimos mosteiros no mundo autorizados a usar o selo oficial de “Authentic Trappist Product”. Alguns dos mais famosos ficam na Bélgica, como Westvleteren, Chimay, Orval e Rochefort.
A tradição trapista criou uma base de estilos que, ao longo dos anos, foram replicados por outras cervejarias ao redor do mundo — inclusive por nós aqui na Marbus.
E é nessa herança que nascem três estilos lendários: Dubbel, Tripel e Quadrupel.
Dubbel: o equilíbrio maltado da tradição
A cerveja Dubbel foi originalmente criada no mosteiro de Westmalle, na Bélgica, por volta de 1850. É considerada a base da linha dos estilos trapistas. “Dubbel” significa “duplo”, e faz referência ao fato de ser mais forte do que a cerveja de mesa que os monges consumiam no dia a dia.
O que esperar de uma Dubbel?
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Cor: acobreada a marrom escuro, com brilho e espuma densa;
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Aroma: malte tostado, frutas secas, leve toque de banana ou cravo da fermentação belga;
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Sabor: caramelo, toffee, ameixa, figo, com leve dulçor e final seco;
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Corpo: médio;
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Teor alcoólico: entre 6% e 7,5%;
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IBU (amargor): baixo a médio (20–30).
A Dubbel é aquela cerveja que equilibra doçura, leve toque de álcool e uma base maltada limpa e redonda. Não é intensa demais, mas entrega complexidade. Boa pra quem está começando a explorar as cervejas trapistas.
Combina com:
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Carnes assadas;
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Embutidos curados;
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Queijos semiduros;
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Torta de maçã ou frutas caramelizadas.
Tripel: potência disfarçada em leveza
Se a Dubbel é maltada, a Tripel é uma bomba alcoólica camuflada. Criada também em Westmalle, nos anos 1930, o nome “Tripel” não significa triplo de malte ou de álcool — mas sim uma referência à graduação alcoólica mais elevada, comparada às outras cervejas da época.
O que esperar de uma Tripel?
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Cor: dourada, brilhante, com espuma generosa;
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Aroma: frutas amarelas, fermento belga, mel, especiarias;
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Sabor: frutada, com dulçor leve, final seco e alcoólico;
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Corpo: médio, com alta carbonatação;
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Teor alcoólico: entre 7,5% e 9,5%;
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IBU: médio (20–40), mas bem equilibrado.
A Tripel engana. Parece leve, mas o álcool chega — e aquece. É complexa, elegante e perigosa (no bom sentido). Costuma agradar tanto quem gosta de cervejas belgas quanto quem vem do mundo do vinho branco seco.
Combina com:
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Peixes mais gordos (salmão, atum);
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Frango assado com especiarias;
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Massas com queijos intensos;
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Camembert ou Brie.
Quadrupel: o ápice da intensidade
Agora chegamos na cerveja Quadrupel — ou Quad, como também é chamada. Esse estilo foi popularizado pela La Trappe (mosteiro holandês), mas hoje é sinônimo de tudo o que uma cerveja belga forte pode entregar.
A Quadrupel é forte, complexa, doce e alcoólica. É vinho disfarçado de cerveja. Ideal pra momentos mais contemplativos, com calma, taça na mão e silêncio no ambiente.
O que esperar de uma Quadrupel?
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Cor: marrom escuro, avermelhado, com espuma densa;
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Aroma: frutas secas (ameixa, uva passa), caramelo, toffee, especiarias, álcool presente;
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Sabor: doce, encorpado, licoroso, com final longo e quente;
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Corpo: alto, textura aveludada;
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Teor alcoólico: entre 9% e 12%;
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IBU: baixo (15–25), quase imperceptível.
É o tipo de cerveja que você sente evoluindo na boca. Cada gole revela uma camada diferente. Não é pra tomar com pressa. É pra apreciar — e respeitar.
Combina com:
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Estrogonofe de carne com creme de leite fresco;
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Queijos azuis (roquefort, stilton);
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Sobremesas com chocolate amargo;
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Tiramisu, pudim ou bolo de frutas secas.
Comparativo: Dubbel x Tripel x Quadrupel
Estilo |
Cor |
Teor alcoólico |
Corpo |
Sabor dominante |
Ideal pra… |
Dubbel |
Marrom |
6% – 7,5% |
Médio |
Malte, frutas secas |
Quem está começando no mundo belga |
Tripel |
Dourada |
7,5% – 9,5% |
Médio |
Frutas amarelas, especiarias |
Quem busca potência com leveza |
Quadrupel |
Marrom escuro |
9% – 12% |
Alto |
Caramelo, licor, ameixa |
Quem quer uma cerveja intensa |
Qual a melhor: cerveja Dubbel, Tripel ou Quadrupel?
Aqui vai a real, sem rodeio: nenhuma é melhor que a outra. São diferentes. Cada estilo tem sua proposta, intensidade e melhor momento.
Se você gosta de sabores mais maltados e equilibrados, vai curtir uma Dubbel. Se prefere algo frutado, mais seco e com álcool elevado, começa pela Tripel. Agora, se busca profundidade, doçura e uma cerveja pra momentos especiais, a Quadrupel é a sua escolha.
Quer o melhor dos mundos? Prova as três.
Aqui na Marbus, a gente acredita que cerveja não é pra ser só bebida — é pra ser vivida. E esses estilos são perfeitos pra isso.
Como experimentar esses estilos?
A melhor forma de entender esses estilos é provar na sequência, de Dubbel até Quadrupel, observando como a complexidade, o álcool e o corpo aumentam.
Anota as impressões, sente o aroma com calma, presta atenção no aftertaste. Esse é o tipo de cerveja que ensina a gente a beber devagar, com consciência e prazer.
Dubbel, Tripel ou Quadrupel — qual combina com você?
Não importa se você está começando no mundo da cerveja artesanal ou já coleciona rótulos. Explorar os estilos trapistas é mergulhar na história da cerveja de verdade.
Se quiser fazer isso com qualidade, vem com a gente. A Marbus tem rótulos inspirados nesses clássicos belgas, feitos com ingredientes selecionados, sem conservantes e com respeito ao tempo de cada receita.
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